Em tempos de hashtag, BSB é o máximo!

Um pensamento que sempre me acompanha é o quão impactante Brasília deve ser para quem nunca visitou a cidade. Afinal, já discutimos aqui sobre sua distribuição espacial e como isso causa uma sensação de déjà-vu nos turistas ou recém-chegados. Agora, imagine o quanto essa impressão deve se intensificar quando essas pessoas descobrem que, na capital federal, não há Zona Leste, bairros ou ruas com nomes como Vila Tereza ou Comendador Álvares Penteado, entre outros homenageados póstumos. Em vez disso, para chegar a algum lugar, o endereço será algo parecido com uma fórmula matemática que sempre começa por uma sigla, como CLN 407, Bloco D, Loja 32.

Devo admitir que, nesse momento, a cabeça dos turistas ou dos novos moradores deve realmente dar um nó. No entanto, a situação não é tão complicada quanto parece. Você pode até pensar: “Mas esse jornalista nasceu, cresceu e viveu a maior parte da sua vida em Brasília; para ele, a cidade é naturalmente fácil de entender.”

Sim, isso pode ser um dos fatores, mas vamos entender melhor a verdadeira situação: assim como Lúcio Costa se valeu de dois traços em forma de cruz para dar o pontapé inicial ao projeto que inscreveu no Concurso Nacional do Plano Piloto da Nova Capital do Brasil (realizado entre 1956 e 1957), ele também simplificou sua proposição compartimentalizando a cidade em setores destinados a funções específicas.

Acredite, o uso das siglas para nomear os endereços em Brasília foi previsto desde o início nesse projeto, com o intuito de organizar a cidade de forma lógica e funcional, atendendo às diferentes necessidades (residenciais, comerciais, administrativas, culturais, etc.). Compostas por letras, as siglas resumem o nome do setor, traduzindo não apenas sua função, mas também sua localização em relação aos eixos Monumental e Rodoviário.

Por exemplo, no SHS (Setor Hospitalar Sul), podemos cuidar da saúde; no SDN (Setor de Diversões Norte), podemos pegar um cineminha; e, para comer naquele restaurante maravilhoso, talvez seja necessário dirigir-se a algum CLS ou CLN (Comércio Local Sul ou Norte). Claro que, com o passar do tempo, algumas áreas sofreram alterações em relação ao plano original. No SOF Sul e Norte, por exemplo, inúmeras pessoas residem nessas áreas que, inicialmente, estavam destinadas a outros fins.

O fato é que, graças ao sistema de siglas, a organização espacial prevista por Lúcio Costa no Plano Piloto foi crucial para o funcionamento de Brasília como uma cidade planejada. Assim como as hashtags ajudam a referenciar conteúdos nos ambientes virtuais, as siglas são lógicas, práticas e modernas. Inclusive, há quem goste tanto desse sistema único que acredita que ele deveria ser a norma em outras cidades ao redor do mundo. Se você se enquadra entre essas pessoas, fique atento, pois a BSB Memo lançou recentemente a Caneca Siglas, que já tem endereço certo: o seu lar! Clique aqui para comprá-la agora mesmo e aproveite também para assistir ao Reel da Semana disponível neste link. Está imperdível!

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