Sul e Norte, a W3 conecta cidade e boas memórias

Fotos: Arquivo Público do DF (antigas), capa – Gilberto Evangelista, guarda-chuva BSB Memo

Sim, Brasília é uma cidade relativamente nova, mas, mesmo assim, já reúne inúmeras histórias e memórias que são compartilhadas de diferentes formas por sua população. Quando falamos da via W3, por exemplo, o que não faltam são lembranças, além da sensação de que, inicialmente, surgiu a Sul e depois a Norte, o que, de certo modo, não é uma inverdade, já que a primeira foi o primeiro centro comercial a céu aberto, um lugar que fervilhava de gente nas décadas de 1960 até o início dos anos 1980. As pessoas iam atrás das grandes lojas de departamento, como Fofi, Bi Ba Bô e Pioneira da Borracha (a única que restou), ou dos supermercados repletos de produtos variados e cobiçados, como Pão de Açúcar e Casas da Banha.

Já a segunda, mais tímida e pacata, apresentou um desenvolvimento mais tardio, com predominância de comércio de pequeno porte, formado sobretudo por oficinas e restaurantes. Até hoje, não chega a ser tão diferente, mas se ampliou consideravelmente com botecos e casas de cozinha autoral que atraem gente de todos os cantos do DF. O fato é que, medindo cerca de 14 km de ponta a ponta, a W3 é uma das principais avenidas de Brasília, e sempre teve um papel de destaque nas asas desse avião que acostumamos a chamar de lar.

Eu, que morei até o início da minha vida adulta no Guará 1, volta e meia ia #PERAMBULANDO de “busu” da minha cidade satélite até a W3 Sul ou Norte. Para isso, era preciso pegar a linha 156 para o primeiro destino e a 157 para o segundo, ambas operadas pela Viplan (Viação Planalto do Distrito Federal), que atuou por quatro décadas na capital.

Naquela época — metade da década de 1980 —, era comum eu ir até a W3 Sul para curtir algum show de rock ou encontrar amigos que estudavam por ali, sobretudo no Elefante Branco. Na volta, sempre praticávamos o bom e velho “calote”, que consistia em entrar à força pela porta de trás e, assim, não pagar a passagem. Já para a W3 Norte, o destino em geral era a Pizzaria Primo Piato, onde à noite havia um famoso rodízio. Lembro que a molecada nem almoçava, só para ver quem comia mais fatias em um campeonato imaginário que, na nossa cabeça, devia dar um grande prejuízo para o estabelecimento.

Com o aparecimento dos shoppings, uma certa decadência tomou conta da avenida que já foi palco de grandes carnavais, desfiles de misses e do grande Rei Pelé, quando jogou na cidade na década de 1970. Porém, desde 2019, o governo vem realizando diversas melhorias na W3 Sul, assim como na W3 Norte (onde algumas já são visíveis e promessas indicam outras). Isso já vem gerando um certo movimento no local que eu, sinceramente, espero que volte a ter importância na vida social e econômica de Brasília.

Inclusive, para estimular a exploração das vias, fizemos um Reel bem bacana com dicas para aproveitá-las. Basta clicar aqui para assistir; tem uma dica cultural para a W3 Sul e uma gastronômica para a W3 Norte. Quais serão? Para a turma que adora spoilers, já posso adiantar que a terceira dica é universal e de grande utilidade para as duas asas: o guarda-chuva da Bsb Memo. Depois da marca histórica de 167 dias de estiagem na capital federal, ele poderá ser seu primeiro aliado, como eu disse acima, na hora de sair #PERAMBULANDO pela W3. Inclusive, você pode clicar aqui para comprar o seu agora mesmo.

E, para finalizar, caso alguém não saiba, uma última curiosidade: a sigla W3 quer dizer que aquela é a terceira via do lado Oeste do Plano Piloto (a W1 fica entre as quadras 100 e 300, enquanto a W2 é a rua entre as 300 e as 500). E viva essa cidade linda, dona de tantas lembranças!

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