Depois de falarmos por aqui sobre o Eixão e a W3, chegou a hora e a vez da L2, que completa a tríade das principais vias de Brasília, servindo como guia de locomoção pela cidade. No entanto, por mais que as três tenham papéis consideráveis no desenvolvimento social e econômico da capital federal, desde sempre, é fato que as duas primeiras sejam muito mais presentes no imaginário popular. Afinal, enquanto a primeira foi, durante muito tempo, o epicentro do comércio de rua da capital, a segunda se destaca como ponto de encontro das famílias todos os domingos, há mais de três décadas. Sem falar que, quando chega o Carnaval, ambas recebem blocos repletos de foliões. E a terceira, pobrezinha?
Pois fiquem sabendo que a terceira pode até ser mais discreta, mas tenho certeza de que ela está “de boas” na sua condição de coadjuvante. Inclusive, essa tese é o tema do Reel que trazemos em collab esta semana, e você pode assistir clicando neste link. Porém, fica por aqui para seguir acompanhando esta leitura com outros argumentos que não entraram no vídeo e que comprovam o quanto a L2 é essencial na nossa história, assim como os atores de suporte o são nos filmes que concorrem ao Oscar, lá em Hollywood.
Inclusive, deixa eu já dizer que, se você nunca se perguntou por que a avenida tem esse nome, fique sabendo que o L significa leste, e o número 2 é porque ela é a segunda via paralela ao Eixo Rodoviário nessa direção (enquanto a L1 é aquela via que divide as quadras 200 das 400), cruzando a cidade de norte a sul. De um lado da L2, estão os prédios residenciais de três pavimentos – uma proposta de moradias mais baratas no Plano Piloto. Do outro, funcionam instituições religiosas, escolas, universidades, clínicas e hospitais.
E é justamente desse lado que a L2 faz ligação, por exemplo, com as pontes que levam ao Lago Sul; com os acessos da Universidade de Brasília, na Asa Norte; e com o Setor de Embaixadas, através da L4 – também chamada Avenida das Nações – que leva ao Setor de Clubes. E olha, se tem uma coisa que um brasiliense da gema como este jornalista tem são lembranças desses lugares. Nossa, quantas festas de 15 anos e formaturas já fui nos clubes, além de soirées nas representações internacionais no começo da minha vida adulta, quando estudava Sociologia na UnB e conhecia os gringos por lá.
A lembrança de tudo isso chega a dar saudades até do ônibus 167 (Guará – UnB via L2 Sul e Norte), que de tão cheio não dava para mexer nem o olho. E o que falar das bucólicas paradas de concreto que estão sendo trocadas por mais novas feitas de vidro? Sou muito mais as antigas, que remontam ao ideal de Lúcio Costa de manter em Brasília a ordem e a organização do trânsito por meio de uma circulação lógica entre diferentes tipos de espaços, de acordo com as necessidades de quem vive, trabalha e estuda na cidade.
O fato é que, com a implementação de ciclovias e melhorias atuais no transporte público, como corredores exclusivos de ônibus, a avenida passou a se integrar ainda mais às necessidades de mobilidade sustentável da capital do país. Para mim, ela é um lugar ótimo para sair PERAMBULANDO, mesmo nessa época de chuva, já que o guarda-chuva da BSB Memo que homenageia a via, além de grandão, tem um preço ótimo e é superestiloso. Não sei por que você ainda não tem o seu, mas, se for por falta do link para compra, esse problema agora não existe mais. Viva a L2, viva Brasília!
Crédito fotográfico: Gilberto Evangelista / Reprodução Internet