Conta aqui para mim, mesmo que seja só em pensamento: qual figura histórica você gostaria de ter como amigo e por quê? Ok, sei que essa pode ser uma tarefa difícil (pelo menos para mim seria), então vou te ajudar com uma variável: pense em alguém do mundo da arquitetura. Agora sim, não teria mais dúvidas. Tenho certeza de que Oscar Niemeyer foi o melhor e mais fiel amigo que alguém poderia sonhar em ter. Explico…
No auge de sua carreira, Niemeyer foi convidado por Juscelino Kubitschek para viver o sonho (ou pesadelo) de qualquer arquiteto: “Bora ali construir uma cidade. Só vai ser a nova capital do país, mas relaxa, tarefa tranquila“, sugere JK com seu jeito mineiro de ser. Em vez de fugir, Niemeyer responde: “Vambora! Deixa só eu chamar uns chegados para deixar o rolê mais interessante.” O resto da história muitos já sabem: ele incentiva Lucio Costa a se inscrever na seleção de projetos para a nova capital e, com o plano piloto genial do urbanista, a aventura começa.
Mas Lucio foi só o primeiro que Niemeyer convocou para compartilhar essa experiência única. Formou-se um verdadeiro time com as maiores mentes do Brasil no século XX, incluindo Athos Bulcão, Burle Marx, Alfredo Volpi, Ceschiatti e outros. E nesse “Clube do Bolinha” (olha a referência vintage), uma única mulher se destacou: Marianne Peretti, que, junto ao grupo, não apenas construiu uma cidade, mas criou obras-primas como a Catedral Metropolitana Nossa Senhora de Aparecida, conhecida como Catedral de Brasília.
Sobre essa “igreja”, saiba que, em 1988, ela rendeu a Niemeyer o Prêmio Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura, por ser uma obra escultural que integra forma e função em harmonia perfeita. Suas colunas curvas, elevando-se ao céu em um movimento gracioso, simbolizam duas mãos abertas ao divino. O mais intrigante? Apesar de ser um comunista convicto, Niemeyer criou um espaço que transcende a religião, tornando-se um ícone cultural e emocional para locais e turistas que a visitam.
Além disso, o trabalho do engenheiro Joaquim Cardozo foi fundamental para transformar o ousado design de Niemeyer em realidade. Também foram cruciais as contribuições de Ceschiatti, responsável pelos Quatro Evangelistas na área externa e pelos anjos suspensos no interior, e de Marianne, criadora dos vitrais coloridos, feitos de fibra de vidro em tons de azul, verde, branco e marrom, cobrindo 2.000 m².
São tantos os detalhes sobre a Catedral de Brasília que eu poderia escrever um livro. Mas, a essa altura, você deve estar pensando onde está o vídeo dessa semana e eu te respondo, claro que sim! Basta clicar neste link, comentar, salvar e compartilhar. E para quem gosta de um bom spoiler, atenção! Você vai querer levar para casa a Xícara Ícones, o mais estiloso souvenir desse cartão-postal. Então, não perca tempo e compre já clicando aqui ou visitando a Banca 308 Sul.
Crédito fotográfico: Gilberto Evangelista