Brasília, sua linda, vai ser curvilínea assim lá em casa!

Mas que cidade chata; entediante; a gente anda, anda, anda e parece que não está saindo do lugar. É tudo igual”. Esse conjunto de frases é recorrente quando alguém que nunca visitou a capital federal vem para cá a passeio ou de mudança. No entanto, quem já bancou o Cicerone e tirou um tempinho para mostrar cuidadosamente a cidade para alguém que veio de fora, percebe que, ao sair do Eixo Rodoviário, a história começa a mudar de conversa.

Entre um monumento aqui e outro acolá, vamos pouco a pouco percebendo que os comentários vão deixando de ser negativos. Os “estrangeiros” vão vendo aquilo que para muitos de nós é um fato: Brasília é linda demais! E parte desse encantamento começa quando as pessoas percebem que o encontro das curvas com as retas parece criar uma sinfonia onde o improvável aconteceu, o concreto se contorceu, desafiou a gravidade para mostrar que a obra-prima da arquitetura modernista tem sua maior representação por aqui.

Eu sempre fiquei imaginando, entre meus devaneios, claro, quem convenceu quem na hora de pensar Brasília e essas formas apaixonantes, mas que deram um enorme trabalho para os arquitetos tirarem do papel as ideias mirabolantes de Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Na minha cabeça, foi o primeiro que convenceu o segundo, “Acredita, Oscar, vai ficar top!”, enquanto desenhavam, tomavam uma cervejinha e fumavam um cigarrinho.

Não sei se você que está lendo este texto já teve a oportunidade de ver a cidade de cima, mas tem um fotógrafo daqui chamado Bento Viana… putz! Ele já fez tanta foto aérea que não tem como não concordar que isso aqui é uma obra de arte. Não obstante, já citei dois dos artistas, mas teve uma baita galera que entrou nessa de “Vamos tocar fogo no parquinho e fazer um urbanismo e uma arquitetura única por lá”. Certeza que o Burle Marx foi o primeiro a entrar na dança.

Porém, devo admitir, que pena eu sinto dos Candangos. Valha-me Deus Pai Todo Poderoso! Como é que se coloca uma Catedral de pé? Gente, são 16 colunas de concreto, cada uma pesando 90 toneladas e com uma forma hiperboloide que se estreita na base para depois se alargar no topo. Já reparou que essas colunas se curvam em direção ao céu, criando uma cúpula aberta que permite a entrada de luz natural, dando a impressão de que tem mesmo uma presença divina lá dentro?

Mas, antes que o assunto vire polêmica, deixa eu só dizer uma última coisa, “quando alguém falar que a cidade não é bonita, que não gosta daqui, pura chatice entediante”, vai lá na banquinha da 308 Sul ou então encomenda online um porta-copos da BSB Memo. Fofinhos, conquistam o coração da gente na hora que abrimos a embalagem. Misturando as cores eternizadas por Athos Bulcão (aaaah, esses artistas), o conjunto engana, brinca com nossa percepção, afinal, não são nada evidentes as colunas monumentais que estão ali retratadas, mas quando finalmente reconhecemos é como eu descrevi no início da crônica, a impressão muda, enchendo o olhar de beleza e alegria, assim como o Reels que fiz para completar essa viagem pelas curvas de Brasília e que você pode assistir agora mesmo clicando neste link. Viva a vida na nossa capital! 

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